Vai ter Cinderela, sim!

25 de maio de 2015

Estava eu navegando pelas inutilidades da minha timeline do facebook, quando, de repente, avistei um anúncio da Companhia das Letras referente ao lançamento do livro "Malala, a menina que queria ir para escola". Acaompanhando em alto e bom som, vinha uma matéria no Estadão de Rita Lisauska que tem o infeliz título de: "Esqueça a Cinderela! Nossos filhos precisam mesmo conhecer malala". Com um início nada simpático, Rita afirmou categoricamente que AO CONTRÁRIO  da Cinderela, Malala não ficou de braços cruzados e deixou que um príncipe a salvasse, e por isso, esqueçam essa história bobinha e vamos dar aos nossos filhos algo mais sério e exemplar. 

Ódio define. 

Não estou aqui para contestar absolutamente nada sobre a (incrível!) biografia infantil da garota paquistanesa e muito menos para comparar o grau de importância entre as duas histórias. O que estou querendo falar é: por que é preciso rejeitar uma para exaltar outra?




Eu cresci vendo Disney praticamente todos os dias. O primeiro filme que eu vi foi A Bela e a Fera. Eu imitava as princesas (e ás vezes, as vilãs) sempre quando estava sozinha no meu quarto, e sonhava em ser uma delas quando crescer. Não acho que isso tenha me feito uma garota mais "fraca" ou mais acomodada, e muito menos esperei que um príncipe viesse me resgatar. Muito pelo contrário, essas referências só me fizeram querer ser uma pessoa melhor, ser gentil independente das situações que me cercam, tentar enxergar o lado bom das coisas e ver que mesmo estando em um momento ruim, com esforço e com ajuda de verdadeiros amigos (sim, querido gafanhoto, não somos nada sem ninguém!) tudo pode ser superado.

O fato é que nesse mundo com tanta pressa, ambição, muito choro e poucos sorrisos, os contos de fadas parecem perder espaço. Já esqueci  quantas vezes li por ai que "filho meu não vai acreditar em papai noel, ele tem que conhecer a realidade desde cedo!". E então me pergunto o que traz de mal à uma criança acreditar que um velhinho lá do Pólo Norte desce na sua chaminé e te traz presentes? Pois pra mim, ouvir essas histórias é uma bela maneira de trazer mais cor, esperança e imaginação.

Então quer dizer que a história de Malala não precisa ser lida? É CLARO QUE PRECISA! Malala é uma garota incrível que lutou para mudar a realidade que vivia e apesar das dificuldades, não se abateu. Mas uma história não anula a outra, há espaço para todas no coração de uma criança (verdade!!!). E se você quer negar seus filhos o direito de conhecê-las por achar que não se adequam mais aos nossos tempos, cuidado: você pode estar se tornando tão ruim quanto a Madrasta Má.

meça suas atitudes, parça


Outros links sobre o assunto:
  Melissa Grey fez uns comentários no twitter maravilhosos sobre a Cinderela lá no twitter. Nesse post do tumblr tem os prints de todos eles.
 ♥ Verônica Valadares fez um vídeo que desmistifica a Cinderela e faz qualquer um perceber que NÃO, ela não estava esperando um príncipe. 


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Um comentário:

  1. Eu também vi essa matéria e não gostei nadinha, principalmente porque Cinderela é a minha princesa preferida.

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