rosas, raposas e estrelas

30 de agosto de 2015
Me disseram que quando eu visse O Pequeno Príncipe, a Cantareira iria encher. 

Quando eu vi o trailer ano passado, o meu olho encheu d´água. Normal quando se trata de uma adaptação do seu livro favorito da vida. Mas, desconfiada como sou, não me convenci por completo do que viria por aí, de modo que o meu coração pedia fortemente que a coisa saísse tão mágica como a prévia mostrava ser. Eu não sou tão exigente. Uma raposa para me cativar, um aviador que me faça lembrar e um príncipe pra me pedir um carneiro. Só isso, as coisas não precisam ser complicadas. 

Daí o filme estreou e foi tão rápido que nem dei conta. Por todo lugar que eu ia só tinha vez o Pequeno Príncipe. Pipocaram medalhões, camisetas, cadernos, ursinhos de pelúcia e até chocolates. As minhas pernas ficaram bambas. Eis chegado a hora? "Espero que esteja bom, espero que eu ame, espero que eu saia chorando do cinema!!!". Não gosto de ser muito cética, mas só senti uma real coragem vontade de assistir a animação quando a Marina fez este breve comentário: "você vai encher a Cantareira de lágrimas". Paguei (literalmente) pra ver. 



É preciso ressaltar algumas coisas: 1) O filme tem dois focos narrativos, sendo um sobre a história do aviador e uma menina hiper atarefada, cheia de planos de estudos e metas de vida, sem tempo para si; e o núcleo da história do pequeno príncipe, que é a história do livro 2) apesar do nome, o núcleo principal é a história da garota e sua transformação. 

Quando nos deparamos com aquela menina cheia de esquemas e horários, com uma consciência competitiva bem avançada e uma baita pressão nas costas, é impossível não ver o nosso reflexo. Olha ai como você é, Paloma. Olha só como se tornou. Não é por acaso que eu só vi adultos chorando na sala, pois eu não sou a única refletida ali. 

Não bastou o filme ter exposto o nosso maior medo na tela, ele teve que fazer você se lembrar das coisas essenciais (não estou falando daquelas que os olhos podem ver). A sensação de se fazer um novo amigo, a beleza de se ver um pôr-do-sol, a importância da imaginação e o encanto de se ouvir uma boa história. A primeira parte do filme me fez lembrar de tudo isso e mais um pouco, e enquanto a minha parte adulta estava encolhida na minha poltrona tentando não incomodar a pessoa do meu lado com os meus soluços, a criança queria correr solta e procurar por poços. 

É até engraçado quando se para pra pensar como uma história pode mudar tanto a vida de alguém. Você lê um livro e ele te marca de um tal jeito que tudo ao seu redor parece mudar, mesmo sabendo que o que realmente se modificou foi por dentro. O seu andar é diferente, o seu modo de falar é mais intenso e a sua coragem dobra, tudo por causa de uma história que pode ter demorado dias para ser contada ou apenas algumas horas. Estranho, né? Por isso é tão maravilhoso. 




Mas como nem tudo são flores...

Não é por nada não, mas o filme deveria ter parado ali, naquela sensação gostosa do aprender e mudar, no conhecer alguém e deixar se cativar. A aventura no final poderia não ter existido, foi uma quebra de emoção desnecessária e o mais importante, foi uma desconstrução do personagem que dá nome ao título que decepciona e talvez, quem nunca leu o livro,  não tenha sentido tanta empatia pelo Pequeno Príncipe como poderiam pois a sua história original não foi bem explorada. C'est la vie.

Porém, devo admitir que levei a filosofia de Exupéry a sério e só olhei com o coração. Apesar das coisinhas que me fizeram torcer o nariz um pouco, tive o dobro de motivos para chorar e sorrir, e, afinal, é isso que conta. Saí do cinema de alma lavada, olhando pro sol de forma diferente e querendo buscar de novo o sentido que a vida de adulta está tirando de mim.  Obrigada, O Pequeno Príncipe, por não me deixar esquecer. 


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2 comentários:

  1. Ai, Paloma, to tão doida pra assistir esse filme. Amo demais o pequeno príncipe, porque ele fez o mesmo comigo, ele me mudou por dentro e passei a enxergar diferente o mundo por fora. To com as expectativas lá em cima, não posso negar, porque esse livro é esse livro e ele merece algo que seja ao menos maravilhoso. Confesso que algumas lágrimas desceram quando assisti o trailer e depois desse dia, fiquei morta pra assistir o filme logo. Não sei quando isso acontecerá, quando minhas expectativas baixarem um pouco talvez, não sei. Amo quando um livro/uma história é capaz de causar essas coisas dentro da gente!
    Beijoss

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  2. Eu nunca li o livro e por isso me sinto eternamente frustada, mas sabe quando dá certo em hipótese alguma? Da próxima vez que eu tiver com o livro em mãos, eu vou comprá-lo e lê-lo, custe o que custar.

    Mesmo nunca tendo lido, eu já sabia do que era a história e quando assisti ao trailer meu coração derreteu. Quero muito assistir ao filme e ver como vou me sentir. Prevejo lágrimas também.

    Adorei a forma como tu escreveu! Me deixou empolgada, apesar dos pequenos detalhes que poderiam ser diferentes, a conhecer a obra. A vontade de lê-lo só faz aumentar.

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