O Amor e outras coisas

10 de março de 2013
PREVIEW: Antes de qualquer coisa, já vou dizer que o texto é longo e melodramático. Eu, Paloma, necessitava de um espaço pra tentar vomitar tudo que estou pensando e sentindo, mesmo que para o mundo inteiro, e mesmo que o mundo não se importe. "O Amor e outras coisas" não será um post como outros já feitos no FS, pois vai falar de um assunto muito complicado de minha maneira,  e por ter sido escrito em vários dias, às vezes poderá parecer que houve alguma quebra,mudanças de perspectivas e ás vezes eu não consegui conectar muito bem os pedaços (ainda mais os separados por hifens ou asteriscos). Por isso há no título "...outras coisas", pois apesar de falar de coisas diferentes tudo no final se resume a uma coisa só, e é isso ai. Então, se quiser seguir, boa leitura (e me perdoe por minhas reflexões parvas.)

***   ***
Serei sincera em alguns pontos. Talvez em todos, ainda não sei.

O fato é que eu não sei falar. Botar pra fora tudo o que sinto. Por mais que todas as minhas emoções transbordem pelo meu olhar, pela minha boca nada sai. Consigo demonstrar por todos os meus gestos, meus olhares, respiração ou o jeito de andar, mas dizer é uma tarefa árdua e isso se complica quando certas pessoas só se contentam com palavras. (things that are hard to say)

Porque eu sim meus caros, sou o verdadeiro Humberto Gessinger: pois eu que não amo você, envelheci, emagreci, me corroí, desesperei, chorei e gritei nesse ultimo mês. Isso não está certo. Não era pra ser assim. 

E é triste quando na verdade você queria ser a Carla Bruni em quelqu'un m'a dit.

Me pego na verdade, como se estivesse em Brilho Eterno de Uma Mente Sem lembranças: Reviro cada momento, cada palavra dita, olhar e gesto; procuro e procuro um motivo que me convença do por quê que não dera certo, o que eu fizera de errado, o que eu poderia ter dito e feito. E o engraçado, é que eu nem sabia que gostava de você tanto assim.

Começo a notar que eu não tenho amigos, que todos estão comigo somente nos bons momentos e nada mais. Eles não se importam. E noto também, o tanto de pessoas que me odeiam e me querem mal, e isso me aflige por não entender o por quê de tanto rancor, e o por quê riem por trás de minhas costas. 

[*] Desculpe Drauzio Varella, mas tenho uma outra definição sobre o assunto DEPRESSÃO: É quando você percebe que chora lendo coisas deste tipo, e que não há nada para evitar. É pra se refletir quantas merdas já foram causadas por essas três palavras ditas sem realmente senti-las, e é para se refletir ainda mais quantas vezes esta já foi dita para você verdadeiramente. 



Falando sobre sentimentos verdadeiros ou não, esses dias vi o filme francês indicado ao Óscar "Amour", dirigido por Michael Haneke, e bem... ele me fez pensar em muitas coisas. O filme retrata a história de um casal de idosos que têm a sua rotina mudada após Anne ter um derrame cerebral,  afetando a felicidade de todos ao redor. O que resta então, é o amor entre os dois que permite passar dia após dia com esse grande desafio. Mas até que ponto esse amor é o suficiente? 

Pois bem, eu diria que esse filme deveria ser assistido por todos. Não é um filme fácil de ver por ser lento e ter diálogos demorados, o que torna todo o filme extremamente forte por apresentar cenas tão próximas a realidade vivida por diversas famílias que passaram por alguma situação semelhante. E mesmo eu, que nunca passei por isso, o filme mexeu muito comigo por eu me pôr na situação de Georges. Até que ponto amo alguém para fazer tudo o que ele fez? Alguém faria isso por mim? Seria egoísmo manter a pessoa amada sofrendo  por não querer viver sem ela? 

Devo dizer que, para pessoas extremamente sensíveis como eu, terá reflexões por semanas. Você começa a pensar em todas essas coisas, e o que realmente significa sentir amor.

E é por isso, e por outras várias razões que eu não acredito e me recuso a acreditar em Gregório de Matos em sua definição de amor. Não só em Boca do Inferno, mas em tudo e todos que insistem em dizer que amor é só sexo, e que todo o resto é uma ilusão criada por filmes, livros, cartões e musicas.  Porque gosto de acreditar que casais como Anne e Georges existam. Relações não são sustentadas por bucetas&pirocas, pois um dia você percebe que precisa de alguém para não viver sozinho quando sua pele enrugar, seu olho não enxergar e seu pinto não levantar  rimou. 

(para quem não conhece o poema, leia abaixo um trecho)

********    *******
                                
"O Amor é finalmente
um embaraço de pernas,
uma união de barrigas,
um breve tremor de artérias.

Uma confusão de bocas,
uma batalha de veias,
um rebuliço de ancas;
quem diz outra coisa, é besta."




******** ********

E quem és tu, ó Gregório, para falar de amor? Para defini-lo? Para tacha-lo e engavetá-lo? 
E quem sou eu, que nem poeta sou, para questioná-lo? 
-

Quantas vezes você já chorou a noite no quarto sozinha? Quantas vezes parou para pensar se a outra pessoa está pensando em você também, ou como ela fez para esquecer de tudo tão rápido.  Como é difícil se separar de algo que teve e que prezava, como é difícil aceitar que acabou e é isso aí. Você definha, você morre por dentro.

Mas chega uma hora que cansa.  

Ai você percebe que tem amigos. Talvez nem tantos como achava outrora, mas os tem, e eles são maravilhosos. Que sim, há pessoas que te odeiam, mas você percebe que não se importa com nenhum deles pois nunca havia se importado, e por que raios agora eles te atingiriam? Sim, eu posso chorar. Quantas vezes for necessário. E eu não tenho que me culpar por nada, porque eu fui eu em todos os momentos e que seja por quais motivos que não deu certo, eles não me interessam (mais) tanto. 

Então, por favor, com licença, eu vou a luta!

E começo a lembrar também,
que eu nem gostava de você tanto assim. 



9 comentários:

  1. O amor é sempre complicado, falar sobre ele é complicar mais ainda. O jeito é sentir.
    :*

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  2. Ola querida, Paloma, amei sua postagem...é isso ai...Sim os amigos...!O que falar? São necessários, mas não são no numero que gostaríamos.Amor o amor!!!! Como defini-lo? Acredito ser essa a pergunta da década! Como definir sem sentir? E depois de sentir...virão outros tipos de amores...que ai quando olharmos para trás veremos que não era da forma como havíamos pensado e planejado...
    Viva! Intensamente a vida e aproveite cada segundo de energia boa e boa companhia.
    Bjs amore!!!!

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  3. Níh, quanto comentário, achei que esse post não daria em nada, mas enfim! Concordo Vanessa, o lance é sentir, mas o difícil é saber quando estamos o sentindo. De verdade. E quando alguém está sentindo isso por nós.

    E Katiucha, os amores são realmente difíceis. São tantos, e quase todos depois que passa, descobrimos que não era amor. Mas é isso aí que eu vou tentar fazer, ué. Bola pra frente, apesar de ser péssima de jogos com bola. :/

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  4. "[...] O tempo é irrealizável. Provisoriamente, o tempo parou pra mim. Provisoriamente. Mas eu não ignoro as ameaças que o futuro encerra, como também não ignoro que é o meu passado que define a minha abertura para o futuro. O meu passado é a referência que me projeta e que eu devo ultrapassar. Portanto, ao meu passado eu devo o meu saber e a minha ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a minha cultura [...]. Que espaço o meu passado deixa pra minha liberdade hoje? Não sou escrava dele. O que eu sempre quis foi comunicar da maneira mais direta o sabor da minha vida, unicamente o sabor da minha vida.[...] Não desejei nem desejo nada mais do que viver sem tempos mortos."
    Simone de Beauvoir

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  5. Poxa Anon, pena que você não se identificou senão iria lhe dar um abraço pessoalmente (se fosse possível)

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  6. nao, nao... a minha intenção em postar esse trecho de simone de beauvoir era te inspirar a seguir em frente... :D
    a primeira pessoa é de simone, quem dera eu tivesse essa honra!

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  7. Amor não é nada fácil, não é? Melhoras. Sei exatamente pelo que está/estava passando.

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  8. Estou passando ainda, mas estou melhorando... Obrigada.

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Sempre tento responder os comentários. Se quiserem ver a minha resposta, deem um checadinha!! ♥♥♥♥

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