onde andam seus olhos

19 de outubro de 2013
Ou: Ter alma de poeta

Há pessoas nascem com alma de poeta. Algumas, só são poetas. E há Vinícius de Moraes. 
("Há", no presente, porque é infinito aquilo que dura.)





Dizem que é melhor ser alegre do que ser triste, mas que o samba, para ser bom, precisa de um bocado de tristeza. Um dia houve uma figura que traduzisse esse espírito com uma dose de conhaque, um cigarro na mão, e papéis em uma máquina de escrever. 

Poemas nunca são fáceis, talvez por isso que poucos gostam. Poemas, normalmente são meticulosos, recheado de entrelinhas, cheio disso e daquilo. Poetas gostam de se mostrar, exacerbar no vocabulário, procuram pôr sentido em uma vírgula errada. Estes, normalmente, são poetas que só são poetas. Vinícius queria mais, e por isso levou sua arte para todos que quisessem apreciá-la. E, com a ajuda de alguns amigos, levou a sua poesia de uma forma que todos pudessem entendê-la: através de música. 

Tom Jobim e Vinícius de Moraes. 

Depois de quase cinquenta anos, a gente fala em beleza e lembra da canção que se ouvia (e ouve) nos bares nas noites, que até então, permanecem vivas por sua alma ser atemporal.
Como foi desejado naquele velho soneto da fidelidade - (Ah! a fidelidade...) -: o pranto foi derramado e o seu canto, espalhado. 






ensaio fotográfico com luiza fiorese

5 de outubro de 2013
Há quinze dias atrás, fui convidada a fazer uma produção para a revista Folha Nova daqui da minha região. A matéria de capa foi uma homenagem à Luiza Guisso Fiorese, uma garota de 16 anos que enfrentou um câncer com força e garra e conseguiu vencê-lo. 
Como foi o meu primeiro trabalho na área, devo confessar que amei de paixão, e que se restava dúvidas de que eu iria mexer com essas coisas, elas logo se extinguiram, pois misturou quatro coisas que eu gosto muito: moda, fotografia, jornalismo e uma boa história. Por isso, resolvi compartilhar com vocês, meus caríssimos leitores, toda a etapa da produção, além de dar a oportunidade dos fãs da Luiza de também acompanharem o ensaio que foi um sucesso de vendas com algumas fotos inéditas. 

A PROPOSTA:

Minha mãe chegou para mim e disse: "Paloma, a editora chefe da revista Folha Nova queria que você fizesse a produção da próxima edição da revista." Não pensei duas vezes ao dizer sim. Logo imaginei que seria uma ótima oportunidade de fazer o que eu gosto e ainda pôr no currículo. 
Tudo o que pediram é que eu fizesse um produção que retratasse toda a jovialidade de Luiza. O único empecilho era que ela tinha feito um ensaio fotográfico há pouco tempo, então não queríamos que se assemelhasse de algum modo a ele, tendo assim um desafio a mais. 
Com essas recomendações, comecei a pensar em quê poderíamos fazer e como é de se esperar, muitas ideias surgiram e logo foram descartadas. Até que uma chegou e ficou...

INSPIRAÇÃO:

Não, eu não poderia perder a oportunidade de deixar bem nítida a minha marca e por isso procurei bem fundo algumas personalidades que eu admiro que poderiam servir de inspiração para o ensaio. Twiggy foi a primeira pessoa que veio na minha cabeça - assim eu poderia aproveitar o cabelo curto e loiríssimo da Luiza, além poder atribuir um estilo jovial e atemporal, por ser baseado em um simbolo fashionista. 





Esse ensaio, em especial, foi o grande inspirador para o nosso.


Não poderia faltar de jeito nenhum a maquiagem
clássica da Twiggy. 

Inicialmente, queríamos fazer algo relembrando os anos 60, para assim reforçar a referência à Twiggy. Porém, na hora de escolher as roupas, aconteceram algumas mudanças e o look virou uma grande mistura. No final, a roupa escolhida lembrou muito a cantora Madonna em "Who's that Girl", um símbolo dos anos 80. 

batom vermelho e cabelo curto e loiro.
jaqueta de couro


saia de tuli com bolinhas.
Juntou-se então dois símbolos em um só (sendo que ambas, são grandes fontes de inspiração pra mim). Agora, com o quê queríamos fazer definido, só nos restava fazer as fotos.

A PRODUÇÃO:

1. Maquiagem: a proposta de maquiagem continuou a mesma: faríamos inspirada em Twiggy. Só tentamos diminuir a intensidade de cores e traços, para não carregar muito e deixá-la um pouco mais velha (fugindo assim totalmente da proposta). O traço ficou mais fino e com menos cores. Para marcar com personalidade o rosto da nossa modelo, passamos um batom vermelho bem forte. 

Muita tensão na hora de fazer o famoso traço.



2. A roupa e Equipe: Como não tínhamos provado a roupa na Luiza em nenhum dia antes do ensaio, acabou que foi quase uma surpresa pra todo mundo qual seria a roupa da capa. A grande escolhida foi uma saia de tuli preta com bolinhas brancas e uma camisa de botão com a mesma estampa, ambas da Emporium Dellas. A jaqueta e a meia são por conta do meu armário. O óculos é da Giulia Sossai e Jean Davies (sim, foram usados dois óculos escuros redondos na produção). 
A maquiadora e fotógrafa foi Wanda Ferrera, também conhecida como "minha mãe", coordenação de fotografia Jean Davies, produção por mim, Paloma Betini. Temos que agradecer também à Giulia, Emporium Dellas e Izaldino Mougnol que deram uma grande ajuda para o nosso resultado. 

Giulia e seu namorado, Fabricio. 

Eu, uma gata nata, ajudando a testar a iluminação.

Jean e Luiza decidindo a pose.

Wanda retocando a maquiagem.


RESULTADO:


Como uma imagem vale mais que mil palavras, acho que só elas bastam para mostrar o resultado de todo o nosso trabalho. Só tenho que dizer a mais que foi um experiência e tanto e quero repeti-la diversas vezes. E agora com vocês, mais fotos:

E esse olho, minha gente?

Coitada da Luiza, com essa jaqueta debaixo desse Sol... Tudo pela arte.



Eis a capa.

Lulu indo embora e dizendo "tha't's all folks"


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