onde eu estive nessas eleições

2 de novembro de 2014
fiz rapidinho pra não deixar esse dia em branco.

Na sétima série eu finalmente disse para mim mesma: Paloma, você não serve para calcular pirâmides, nem para decorar nomes em biologia, mas sim viver História. Eu digo viver, porque acredito que quem realmente entende a história da humanidade, passa se enxergar como uma parte dela e se dá conta que o "agora", um dia estará também nos livros - e terá consequências no futuro.

No dia 26 de outubro, domingo passado, aconteceu a eleição presidencial mais emocionante da história brasileira, e por isso quero registrar esse meu momento:

Onde eu estava?

Eu estava sentada no sofá reassistindo Breaking Bad com a família. Minha mãe acompanhou o resultado paralelamente pelo celular. Preferi não ligar a TV na Globo e ver as apurações, pois achava que eu nãosaberialidar. Quando a minha mãe exclamou um "PUTA QUE PARIU, DILMA 51% E AÉCIO 49%! MAIS QUATRO ANOS DESSA MERDA!", eu abri um sorrisinho íntimo, deixei meu coração mais leve e apertei a bandeira da Dilma um pouco mais forte. So this is it, biaaatch!!! We won, yo, we won, bitch!


É engraçado dizer isso, mas minha família prega um discurso anti-PT para mim desde os tempos em que eu era uma mórula. Eu realmente acreditava que o Lula era o anticristo em carne e osso até conhecer algumas pessoas que tinham uma visão diferente da  qual eu estava acostumada. E, ao longo do tempo que fui conhecendo e me informando sobre o assunto, formei meus próprios pensamentos e a minha própria opinião política.

Aliás, três dias antes de tudo isso, eu matei aula de geometria analítica do cursinho para ficar na frente da Ufes com algumas dezenas de companheiros, gritando o nome da presidenta, colando adesivos pela rua, levantando bandeiras... Cheguei até ficar meio sem voz no dia seguinte, mas tive certeza que a perdi por algumas horas para que ela possa soar nos quatro anos seguintes.  Foi nesse momento que eu percebi o motivo de milhares de pessoas irem às ruas reivindicando seus direitos, o seu voto, a democracia, a sua liberdade: "o poder emana do povo", e é assim mesmo, meu caro Rosseau.

#partiu #Rousselfie

E é claro, eu e mamãe brigamos um pouquinho. Ela falou disso e aquilo, e eu rebati com outros tantos "dissos", e acabamos não chegando em lugar algum. O meu padrasto apaziguou as coisas e no final acabou tudo em pizza. Rimos bastante sobre os absurdos do debate, fiquei putinha com os comentários preconceituosos da internet, liguei pra Maris Pedris dez da noite para ver se ia rolar uma festinha, ela me responde com sono que estava dormindo, vejo uma carreata de cinco carros passando na frente das minha casa...

Assim termina esse meu dia histórico. E o que fica de lição? Praticar a nossa cidadania é lindo, seja nas ruas, nas urnas ou na internet. Temos que defender o que achamos melhor para a nossa sociedade, mas tendo sempre em mente que não existe uma lado totalmente certo, nem totalmente errado; afinal, aqui não é exatas. Política é como se fosse magia: ela vai nos enfeitiçando até o último fio de cabelo. Debatemos, choramos de raiva, rimos pra caramba, mas acima de tudo, vivemos história - e ela um dia estará escrita nos livros.



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